terça-feira, 22 de setembro de 2015

EDUCAÇÃO X ESCOLARIZAÇÃO



Há muito discute-se qual o real papel da Escola e do Professor na sociedade. Alguns atribuem ao professor e à escola o papel de educar as crianças enquanto os pais trabalham. O filósofo e educador Mário Sérgio Cortela, propõe uma reflexão diferenciada sobre o tema. 

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

INFORMÁTICA COMO ESCRAVA DA EDUCAÇÃO


Nossa era é chamada de digital, isto é, quase tudo o que fazemos funciona de modo digital e informatizado. Em todo lugar tem um equipamento digital com a proposta de facilitar a vida. Basta olhar ao arredor. São bancos, catracas de ônibus, de metrô, os automóveis, celulares cada vez mais tecnológicos e a sensação que temos, é de que estamos sendo engolidos por tanta tecnologia. Já existem filmes futuristas que propõem uma reflexão no sentido de pensar em uma era em que as máquinas tomaram o controle total de nossas vidas, e seremos escravos das máquinas. Que Deus nos livre!

É fato que a tecnologia chegou mesmo para ficar, ninguém pode negar e fugir dessa realidade. Antes o acesso à tecnologia era privilégio apenas de quem estava nas grandes cidades, hoje não mais. O computador ficou mais acessível, e a internet está rompendo limites geográficos e sociais que não imaginamos. Outro dia, li uma reportagem que mostrava como algumas tribos indígenas já estão conectadas com o mundo por meio da internet. Trata-se de uma realidade que não dá para fugir, definitivamente.

Já que a informática facilita a vida de todos em todos os lugares, e de todas as formas, é de se pensar cada vez mais como podemos aplicar e usar essa tecnologia a favor da educação. Como podemos nos valer dos diversos recursos tecnológicos para viabilizar o processo educativo? Como alunos e professores podem trocar experiências mediadas pelas tecnologias? Em qualquer espaço e contexto, o uso dos recursos da informática não deve ficar limitado apenas à técnica, e o bom uso desses recursos, sob pena de se perder no tecnicismo árido. Neste sentido, é preciso diferenciar um curso de informática em que o aluno aprenderá a usar o computador com seus programas, seus recursos, jeitos e modos de fazer, de uma proposta que vise propor uma reflexão de como se descobrir e valorizar a função social da tecnologia tão acessível.  


Há muito tempo a demanda frente à tecnologia talvez fosse aprender a FAZER, hoje, e cada vez mais é preciso aprender a SER. O desafio não limita-se simplesmente aprender a usar e apropriar-se da técnica, é preciso aprender a lidar socialmente com esses recursos. Em tempos antigos, e talvez nem tão antigos assim, pois a tecnologia evolui a uma velocidade assustadora, as crianças ganhavam e brincavam com brinquedos simples, manuais, brincavam na rua e em grupo. Hoje as crianças ganham tablets, iphones, celulares e computadores de presente, e desde cedo aprendem a dominar as máquinas, ou seja, a apropriação da técnica parece ser algo nato. No entanto, é preciso considerar que estas máquinas e recursos, são usados em um contexto social, o que exige uma postura diferenciada. É preciso ter, e isto não é nato, consciência de que todos esses recursos devem ser usados de forma responsável e consciente. 

Talvez a problematização mais pertinente para o momento seja exatamente como o processo educativo que não é estático e meramente técnico pode servir-se da informática no sentido de despertar e fomentar o desenvolvimento de cidadãos conscientes de si e do outro. Os educadores precisam propor reflexões que façam com que os alunos saibam estabelecer criticamente a diferença entre a máquina e as pessoas com as quais convivem. A tolerância e a disposição para com o humano estão minguando. As pessoas estão cada vez mais viciadas e dependentes das máquinas que raramente as frustram, mas quando vão lidar com o ser humano (que não é máquina) perdem a paciência, agem com intolerância e o resultado não podia ser outro: Pessoas isoladas no seu mundo virtual sob argumentos de que o outro ser humano não é tão interessante quanto seu equipamento.  É preciso, de modo urgente apropriar-se das tecnologias usando-as como escrava, sem permitir que o contrário se faça real! 

Tchuko Pausado Filho